Acumulação compulsiva

Sindrome de Diógenes

 

 

Acumulação compulsiva (ou acumulação patológica ou disposofobia) (na literatura em inglês compulsive hoarding), é a aquisição ou coleta de bens ou objetos descartados como lixo, e a incapacidade de usá-los ou descartá-los, mesmo quando os itens são inúteis, perigosos ou insalubres. A acumulação compulsiva, caracterizada pelo isolamento social, diminui a mobilidade e interfere com atividades básicas, como, limpar, tomar banho e dormir.  O acumulador compulsivo é popularmente chamado de "colecionador de lixo",  já que na maioria das vezes junta itens insalubres que produzem mau-cheiro e atraem insetos e roedores. Por tal motivo a doença também é conhecida como Síndrome de Diógenes, ou ainda síndrome de miséria senil (embora também acometa pessoas mais jovens, ou de bom nível econômico e intelectual). Em alguns casos não existe exatamente sujeira, mas o acúmulo exagerado e empoeirado de itens como livros, revistas, ferramentas, recipientes diversos, produtos químicos, metais, madeira, móveis, materiais de construção, material elétrico e aparelhos eletroeletrônicos, obsoletos ou com defeito — daí o termo "juntador de velharias". Neste caso pode haver risco de cupins-de-madeira-seca e brocas-de-madeira.

 

 

 

Outro aspecto da compulsão é a acumulação de animais (animal hoarding, na literatura em inglês).

Nesse caso, o acumulador vai reunindo um número exagerado de animais de estimação, sem ter como abrigá-los e alimentá-los de forma adequada, ao mesmo tempo em que nega essa incapacidade (algumas vezes passando por protetor dos animais). Embora a maioria desses animais fique em condições as piores possíveis, trata-se de um transtorno mental, e não de crueldade deliberada para com eles. A doença também é conhecida como Síndrome de Noé. Ainda não está claro, em termos médicos, se a acumulação compulsiva é um transtorno isolado ou o sintoma de outro problema, como o (TOC).

 

https://ministerioigualdadeindependente.webnode.com.br/toc-transtorno-obcessivo-compulsivo/

 

O acumular montanhas de lixo ou objetos inúteis em casa a pensar na sua eventual utilidade futura pode parecer muito estranho, mas é sintoma de uma doença que afecta principalmente idosos que vivem sozinhos e em situação de miséria.

 

 

Batizada com o nome do filósofo grego do século IV a.C.  Diógenes de Sinope, que vivia como um mendigo e dormia num barril, o Síndrome de Diógenes caracteriza-se pela acumulação de objectos sem valor, isolamento social, falta de pudor e de cuidados com a higiene pessoal e recusa em receber ajuda.

 

 

"Apesar da doença também poder afectar pessoas mais novas, a maior parte são idosos que vivem uma vida quase de eremita", disse à agência Lusa o director do serviço de psiquiatria do Hospital do Espírito Santo, em Évora, José Palma Góis, que tem acompanhado alguns casos.  À memória vêm-lhe dois casos.  Um de uma senhora septuagenária "muito excêntrica", que vivia sozinha numa casa "cheia de lixo" que recolhia dos contentores e outro de uma mulher na casa dos 50 anos que começou a fazer coleção de objetos inúteis desde os 20 anos.

 

 

Palma Góis contou que a mulher mais nova fazia acumulação de lixo por "montinhos", como de roupa e sapatos, de acordo com as suas próprias regras.  Mas com o passar dos anos, a doença foi piorando e atualmente já não organizava o lixo e a casa transformou-se numa verdadeira lixeira.

 

 

A vida desta mulher é partilhada com um companheiro, alcoólico, que "por contágio aceitou este tipo de vida", sublinhou.

Ambos os casos chegaram ao hospital através dos serviços sociais, que foram alertados pela vizinhança devido ao mau cheiro que as casas tinham e do comportamento bizarro.

 

 

Segundo Palma Góis, estas pessoas vivem numa situação de miséria material muito marcada e chegam a apresentar várias patologias, desde eczemas e infecções na pele causados por parasitas e sujidade, até anemias devido à negligência da alimentação e higiene.

 

 

Palma Góis explicou que o Síndrome de Diógenes não nasce com a pessoa, mas pode haver traços de personalidade que predispõem para a doença que pode surgir com a morte de um familiar, dificuldades económicas, conflitos ou pela reforma antecipada. Embora a maioria dos casos seja em idosos, há pessoas mais novas que podem desenvolver a doença.Os transtornos mentais afetam milhões de pessoas no mundo todo, e existem diversas síndromes com sintomas bem peculiares.

 

Você já ouviu falar da Síndrome de Diógenes?

 

 

         Pessoas portadoras da síndrome são facilmente identificadas, pois seu portador tende a colecionar lixos e a expor quinquilharias penduradas neles ou pela casa.

 

 

 Muitos mendigos são portadores dessa doença. Você já deve ter visto alguns pela rua com sacos de supermercado cheios de jornais velhos, bonecas sem cabeça, barbantes, etc.

 

 

          A doença da coleção de lixo foi batizada com o nome do filósofo grego do século IV a.C. Diógenes de Sínope, que embora fosse um gênio à altura de Sócrates e Platão vivia como um mendigo e dormia num barril.

 

 

Seu único bem era uma tigela que usava para beber até que um dia viu um menino beber água usando as mãos em forma de concha e jogou fora seu único bem.

 

Quem pode sofrer do mal?

 

 

 A síndrome não escolhe sexo ou classe social e, apesar de ser conhecida como uma doença da terceira idade, existem relatos desta síndrome em adultos jovens.

 Sintomas mais comuns

 

 

 - O isolamento social, a reclusão em seu próprio lugar (alguns tornam-se verdadeiros eremitas, reclusos em suas casas, pedindo comida pelo telefone e nunca saindo na rua)

- Abandono da higiene física e do ambiente,

- Acúmulo de grandes quantidades de sujeira e materiais inúteis em casa,

- Vivem voluntariamente em condições de pobreza extrema,

- Tornam-se antissociais,

- Agressividade sem motivo,

 

 

Pensam que estão pobres

 

 

Pessoas com síndrome de Diógenes, podem muitas vezes guardar grandes quantidades de dinheiro em sua casa ou no banco sem ter consciência de que os possuem.

Ao contrário, pensam que sua situação de pobreza é extrema, portanto, se induzem a guardar e empilhar objetos e artigos sem utilidade alguma em grande quantidade.

 

A bagunça é bem vinda

 

 

Eles convivem bem com a desordem e o caos ao seu redor.  Em muitos casos, se você arrumar o lugar onde vivem, ficam incomodados, irritados e dizem que se sentem perdidos.  Você encontrará ao redor do portador dessa síndrome, uma enorme quantidade de papéis de todos os tipos, jornais usados de anos atrás, recortes amarelados, revistas velhas, livros antigos, dados de formulários contínuos, fotografias, milhares de documentos impressos da internet e livros, centenas deles, talvez milhares.

 

O quê pode desencadear a Síndrome?

 

 

(não é uma regra, mas esses sintomas apareceram na maioria dos portadores)

- Pessoas idosas que vivem sozinhas e sofrem com a solidão,

- Stress causado pelo avanço da idade,

- Dificuldades econômicas,

- Morte de algum familiar.

 

Hipóteses Médicas sobre a Síndrome

 

(De acordo com as Universidades que estudam e pesquisam a doença)

- Demência do lobo frontal (sintomas de patologia do lobo frontal estão presentes na síndrome, tais como irritabilidade, agressividade, ideias paranóides, desmotivação, falta de iniciativa e de insight),

- Uma segunda hipótese é que a síndrome seria o estágio final do subtipo hoarding do TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo), incluindo, a síndrome de Tourette e outros transtornos associados ao colecionismo.

 

https://ministerioigualdadeindependente.webnode.com.br/toc-transtorno-obcessivo-compulsivo/

 

Tratamento

 

 

 Deve ser dada atenção especial à higiene e a alimentação. Assim como deve ser feita uma avaliação psiquiátrica, com exames de rotina, avaliação neurológica e exame de imagem do crânio. Em muitos casos é indispensável o uso de medicação.

Em Doenças » Obsessivos (Algumas vezes a Síndrome de Diógenes é confundida com uma forma de TOC chamada Colecionismo ou Hoarding).

 

Sintomas da Síndrome de Diógenes:

 

  • Descuido extremo com a casa, que vira um depósito mal cheiroso de lixo e tranqueiras inúteis.
  • Descuido extremo com a higiene pessoal.
  • Isolamento social, desconfiança, agressividade, falta de motivação, falta de crítica, irritabilidade, idéias paranóides.
  • "Mania de Perseguição", ou comportamento paranóico
  • Colecionismo ou Hoarding, que significa acumular quantidades impressionantes de coisas inúteis, tranqueiras, jornais velhos, garrafas, roupas velhas, trapos, um monte de coisa que parece uma pilha de lixo ou de sucata.

É muito mais freqüente em pessoas acima de 60 (em jovens existe mas é bem rara), de todas as classes sociais e ambos o sexos.

Grande parte dos portadores apresenta Demência ou algum outro Transtorno Psiquiátrico.

É difícil classificar a Síndrome de Diógenes, existem várias teorias:

  • Seria "estágio final" de um transtorno de Personalidade.
  • Seria uma manifestação de Demência do Lobo Frontal.
  • Seria o estágio final do Colecionismo do TOC.
  • Seria uma forma de Psicose cronificada na terceira idade.

 

Tratamento.

 

 

O tratamento dos portadores de Síndrome de Diógenes é muito difícil, porque os doentes negam existir algum problema, portanto não vêem nenhuma necessidade de receberem ajuda médica.

 

 

Muitas vezes só se descobre um doente porque os vizinhos acionam o Serviço de Saúde por causa do acúmulo de lixo e mal cheiro.

Caso um paciente aceite tratamento, precisa ser investigado neurologicamente para se excluir a Demência.

Mas ainda que se diagnostique Demência, esta também não é fácil de tratar.

 

 

É válido tentar tratamento com Neurolépticos e e acompanhamento com Assistentes Sociais ou Acompanhantes Terapêuticos.

 Por outro lado, obrigar um paciente a se internar e tratar contra a vontade é complicado do ponto de vista jurídico e social...

 

RESUMO

 

 

A síndrome de Diógenes (SD) caracteriza-se por descuido extremo com a higiene pessoal, negligência com o asseio da própria moradia, isolamento social, suspeição e comportamento paranoico, sendo frequente a ocorrência de colecionismo.

 

 

 A incidência anual é de 5/10.000 entre aqueles acima de 60 anos, e pelo menos a metade é portadora de demência ou algum outro transtorno psiquiátrico.

 

 

As principais hipóteses etiológicas são: (1) a condição representaria o "estágio final" de um transtorno de personalidade; (2) a síndrome seria uma manifestação de demência do lobo frontal; (3) a SD seria o estágio final do subtipo hoarding do TOC; (4) a SD seria uma via final comum a diferentes transtornos psiquiátricos, especialmente aqueles associados ao colecionismo; (5) a síndrome seria precipitada por estressores biológicos, psicológicos e sociais, associados com a idade, em indivíduos com traços de personalidade predisponentes. É conhecido que existem apenas relatos de casos envolvendo tratamentos específicos para a SD, particularmente a risperidona.

 

 

 Por se tratar de condição grave, com elevada mortalidade por problemas clínicos, estudos se fazem necessários para determinar as melhores estratégias de abordagem desses pacientes. Os autores descrevem o caso de uma paciente com SD e fazem uma breve revisão da literatura.

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

A síndrome de Diógenes (SD), descrita pela primeira vez em 1975, caracteriza-se por descuido extremo com a higiene pessoal, negligência com o asseio da própria moradia, isolamento social, suspeição e comportamento paranoico, sendo frequente a ocorrência de colecionismo (acúmulo de quantidade apreciável de objetos inúteis, sem um propósito aparente).

 

 

A incidência anual é de 5/10.000 entre aqueles acima de 60 anos que residem sozinhos ou com familiares, e pelo menos a metade é portadora de demência ou algum outro transtorno psiquiátrico. A síndrome acomete indivíduos pertencentes a todas as classes sociais e parece ser igualmente prevalente entre homens e mulheres. Apesar de ser conhecida como uma doença da terceira idade, existem relatos de SD em adultos jovens. Os autores descrevem o caso de uma paciente com SD e fazem uma breve revisão da literatura.

 

RELATO DE CASO

 

 

M., 60 anos, estudou até a sexta série fundamental e era aposentada como auxiliar de serviços gerais. Casou-se, grávida, aos 22 anos. Teve três filhos. Separou-se após 15 anos, em virtude do alcoolismo do marido. Sua infância e adolescência foram marcadas pelo alcoolismo e violência do pai. Residia com duas filhas e neto, em bairro de classe média.

 

 

No primeiro atendimento, estava desacompanhada. Demandava receita de fluoxetina (20 mg/dia), que usava há anos, prescrita por clínico-geral. Ao exame, notava-se apenas certo descuido pessoal e humor levemente deprimido.

 

 

Após cinco meses, um filho nos procurou. Relatou que há dois anos M. vinha mudando seu comportamento. Cada vez mais, passava muitas horas trancada no quarto.

 

 

Quando saía de casa, revirava os sacos de lixo no bairro e recolhia objetos. Fazia do quarto um "depósito de lixo".  O banheiro privativo tornou-se inacessível pelo acúmulo de caixas e outros objetos. Descuidava-se da higiene. O banho era compulsivo. Passou a fazer uso de etílicos.

 

 

 O relacionamento com filhas e neto era muito ruim. Uma delas criou uma "casa paralela" dentro da principal.

No segundo atendimento, M. mostrou-se ansiosa e inadequada. Na sala de espera, mexia na lixeira. Confirmou que costumava recolher objetos do lixo alheio. Justificou-se dizendo que as pessoas do bairro jogavam fora coisas boas.

 

 

Admitiu o uso de etílicos dizendo que bebia vinho algumas vezes apenas em casa. Ao exame, apresentava higiene satisfatória. Usava blusa de inverno em dia quente. Mantinha atitude desconfiada. Estava consciente, orientada globalmente e sem alterações sensoperceptivas. O pensamento apresentava-se organizado. Sem alterações de memória. O humor estava moderadamente deprimido.

 

 

O juízo crítico era comprometido. O Mini-Mental foi 27/30 e o teste do relógio foi normal. A revisão laboratorial não mostrou alterações. Ressonância magnética do crânio evidenciou focos de alteração de sinal na substância branca nos hemisférios cerebrais, presumivelmente relacionados à microangiopatia, sem relevância clínica.

 

 

REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO

 

 

 

A SD recebeu esse nome em homenagem a Diógenes de Sínope, filósofo grego representante do cinismo. O cinismo é uma corrente filosófica que prega o desapego aos bens materiais, por acreditar que a felicidade não depende de nada externo à própria pessoa. Diógenes – o filósofo que vivia como um cão – morava em um barril. Seus únicos bens eram uma túnica, um cajado e uma tigela, simbolizando desapego e autossuficiência perante o mundo. Esse epônimo tem sido criticado por duas razões: (1) diferentemente dos portadores da síndrome, Diógenes não acumulava objetos; (2) pacientes com SD tendem ao isolamento não por desejarem ser autossuficientes, mas por desconfiança e rejeição ao mundo externo.Os principais estudos sobre SD englobaram somente pacientes que foram levados a serviços de saúde. Entretanto, muitos pacientes não chegam a serviços de saúde mental e optam por viver nas ruas mesmo quando poderiam viver em local adequado, seja por condição financeira satisfatória, seja por disporem de famílias que desejam recebê-los de volta, ou pela oferta de abrigos ou casas de saúde. O estudo pioneiro, uma série de casos inglesa, foi realizado por Macmillan e Shaw em 1966. Os autores estudaram 72 indivíduos idosos que viviam em precárias condições de higiene. Desses, 53% (38/72) foram diagnosticados como psicóticos; 61% (23/38) eram portadores de psicose senil.

 

 

De acordo com os autores, os pacientes com maior risco de apresentarem a síndrome são idosos independentes e dominadores, que moram sozinhos, com pouca ou nenhuma interação com a comunidade.

 

 

Clark et al., em 1975, estudaram 30 pacientes ingleses internados por causa de doença aguda e autonegligência grave1. Os autores constataram que os pacientes apresentavam inteligência normal ou acima da média. Em 50% dos casos, nenhum transtorno psiquiátrico foi identificado. Uma série de casos irlandesa realizada na década de 1990 mostrou que 60% (17/29) dos pacientes com SD estudados apresentavam indícios de doença psiquiátrica.

 

 

As principais doenças encontradas foram demência (44%), abuso de etílicos, transtornos afetivos e parafrenia. Descrições mais recentes relatam a ocorrência de SD em associação com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de personalidade (especialmente o transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva), esquizofrenia, demência, e até mesmo acidente vascular cerebral.

 

 

No caso presente, a única comorbidade psiquiátrica encontrada foi depressão maior. Ainda que a paciente tenha começado a ingerir bebidas alcoólicas recentemente, seu padrão de uso não configura abuso.

 

 

Com relação à etiologia da síndrome, existem algumas hipóteses relatadas na literatura. Uma delas é que a condição representa o "estágio final" de um transtorno de personalidade. Apesar de muitos portadores da síndrome serem considerados indivíduos "excêntricos" que gostam de viver isolados, é discutível se esses pacientes preenchem os critérios diagnósticos de transtorno de personalidade. Além disso, nesse tipo de transtorno, a personalidade tende a estabilizar, ou até mesmo melhorar, com a idade. Na SD, o que se vê é uma deterioração da personalidade.

 

 

Outra hipótese é que a síndrome seria uma manifestação de demência do lobo frontal. De fato, alguns sintomas de patologia do lobo frontal estão presentes na SD, tais como irritabilidade, agressividade, ideias paranoides, desmotivação, falta de iniciativa e de insight.

 

 

 Porém, desconhece-se a existência de estudos neuropatológicos sobre a síndrome. Estudos neuropsicológicos de pacientes com SD também são raros na literatura. As possíveis causas são a dificuldade de se obterem o consentimento e a cooperação dos indivíduos, assim como a tendência de alguns pesquisadores de focarem seus trabalhos somente na psicopatologia.

 

 

Adicionalmente, a condição é mais comum em pacientes acima de 70 anos, enquanto a demência do lobo frontal geralmente se inicia entre 55-65 anos de idade. No caso apresentado, a paciente tinha idade de 60 anos, inferior à idade média usual relatada na literatura.

 

 

Entretanto, não havia sintomatologia de demência frontal. Uma terceira hipótese é que a síndrome seria o estágio final do subtipo hoarding do TOC13. Entretanto, alguns autores argumentam que a SD é uma via final comum a diferentes transtornos psiquiátricos, incluindo o TOC, a síndrome de Tourette e outros transtornos associados ao colecionismo9. A hipótese etiopatológica mais convincente foi proposta por Clark et al..

 

 

Segundo esses autores, a SD seria precipitada por estressores biológicos, psicológicos e sociais, associados com a idade, em indivíduos com traços de personalidade predisponentes (isolamento, desconfiança, agressividade, astúcia, labilidade emocional e tendência a distorcer a realidade).

 

 

Diante de um paciente com hipótese de SD, vários diagnósticos diferenciais devem ser considerados. O colecionismo pode estar presente em outras condições, tais como TOC, transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, esquizofrenia, demência, anorexia nervosa, autismo, síndrome de Prader-Willi e lesão do córtex orbitofrontal esquerdo ou bilateral.

 

 

A autonegligência também é frequente em outros transtornos como esquizofrenia e demência. O clínico, diante de um paciente com suspeita de SD, deve considerar se a presença de autonegligência e/ou colecionismo não faz parte de nenhuma comorbidade supracitada.

 

 

 No caso de o paciente apresentar SD e colecionismo, na ausência de outros transtornos responsáveis por este último, há autores que defendem o diagnóstico de colecionismo primário como condição psiquiátrica comórbida a SD.

 

 

O tratamento dos indivíduos acometidos pela SD é dificultado por vários fatores. O principal deles é a relutância dos pacientes em aceitar qualquer tipo de ajuda.

 

 

Os casos geralmente chegam ao conhecimento dos serviços de saúde após denúncias de vizinhos, preocupados com as consequências do acúmulo de lixo nas proximidades de suas residências. Alguns pacientes também são levados a pronto-atendimentos após episódios de perda de consciência. A mortalidade por problemas clínicos é elevada.

 

 

Nos anos 1960, Macmillan e Shaw6 observaram a evolução de pacientes com SD em vários settings: internação em hospital psiquiátrico, internação em hospital geral, hospital-dia e cuidados na comunidade6. Em regime de internação, houve deterioração significativa dos pacientes.

 

 

 No regime de hospital-dia, os problemas mais relevantes foram a falta de adesão dos pacientes ao tratamento (apesar de o serviço dispor de uma ambulância para buscá-los em casa, muitos se recusavam a ir) e a intolerância dos funcionários e demais pacientes com a falta de higiene dos indivíduos com a síndrome.

 

 

Os cuidados na comunidade, por sua vez, incluíram visitas domiciliares (feitas por profissionais de saúde mental) e ajuda na realização das tarefas domésticas. Na década seguinte, Clark et al. reforçaram os cuidados na comunidade como sendo a melhor estratégia de tratamento e condenaram a internação compulsória dos indiví­duos com SD em asilos ou hospitais. Os autores salientaram que, na ausência de doença mental, o indivíduo tem o direito de optar por sofrer ou morrer sozinho, sem que haja negligência criminal envolvida.

 

 

 Cooney e Hamid, 20 anos depois, também recomendaram a abordagem domiciliar dos pacientes (apesar de reconhecerem a baixa eficácia da medida) e indicaram o tratamento compulsório como última opção por causa das implicações médico-legais.

 

 

 Mais recentemente, Greve et al. relataram o acompanhamento de uma paciente com SD durante cinco anos. Apesar das tentativas de intervenção (farmacológicas e comportamentais), a paciente continuou a acumular lixo e a viver em precária higiene. Apresentou declínio cognitivo mínimo ao longo dos cinco anos. É conhecido que existem apenas relatos de casos envolvendo tratamentos específicos para a SD, particularmente a risperidona.

 

 

Diante de um paciente com suspeita dessa síndrome, recomenda-se avaliação psiquiátrica, incluindo avaliação cognitiva e clínica, exames complementares de rotina, avaliação neurológica e exame de imagem do crânio. As comorbidades psiquiátricas, caso sejam encontradas, devem ser tratadas.

 

 

CONCLUSÃO

 

 

A SD é uma condição grave que requer uma abordagem multiprofissional. Os poucos trabalhos existentes não incluíram indivíduos mais jovens nem moradores de rua com quadros de autonegligência severos. Estudos são necessários para determinar as melhores estratégias de abordagem desses pacientes.

 

 

Estudo realizado por Pastor Rogério Costa

Caxias do Sul – 10/06/14

 

 

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Ótimo trabalho ! Grata

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